[ Resenha ] Glimmerglass: O Encontro de Dois Mundos - Jenna Black

Título Original: Glimmerglass

Trilogia: Faeriewalker
Autor: Jenna Black
Ano: 2011

Gênero: Fantasia
Editora: Universo dos Livros
Número de páginas:  296
Nota pessoal:  2,5/5

“Fui a adulta da família desde que tinha cerca de cinco anos e agora chegava a hora de tomar as rédeas da minha vida. Eu entraria em contato com meu pai e, a menos que pressentisse alguma coisa quanto a ele ser verdadeiramente algum tipo de pervertido, iria viver com ele. Em Avalon. Na cidade selvagem que era a encruzilhada entre o nosso mundo e Faerie, a cidade onde magia e tecnologia coexistiam no que se assemelhava a algum tipo de paz. Mesmo em Avalon, imaginei, eu teria uma vida melhor, mais normal do que a que eu tinha agora com minha mãe.

Nunca estive tão enganada em toda a minha vida.”  Pág. 12

Algo que me encanta nos romances sobrenaturais é a quantidade de seres que podem servir como tema. Bruxos, vampiros e anjos costumar ser mais comuns, contudo, outras mitologias vêm ganhando espaço.  A focada nas fadas é um bom exemplo. Sempre quis ler algo baseado nesses seres e acabei escolhendo a Trilogia Faeriewalker de Jenna Black como ponto de partida. Saibam o que achei do primeiro volume com Glimmerglass: O Encontro de Dois Mundos.

Dana Hathaway tem dezesseis anos e já morou em mais cidades do que consegue contar. Sua mãe, Sara, estava sempre em fuga, psicótica com a possibilidade de ser encontrada e perder a filha para o pai. Algo bem possível de acontecer levando em conta que os problemas com álcool não fazem dela nenhuma perfeição materna.

Sobre o pai, Dana sabia muito pouco, e a versão mudava de acordo com o estado alcoólico ou depressivo da mãe. Mais alguns pontos eram certo: ele se chama Seamus Stuart, era algum tipo de Manda-Chuva no mundo das fadas e representava um grave perigo causa soubesse da existência da filha.

Quando sua mãe a faz sofrer um novo vexame, Dana decide que é hora de mudar de vida. Ela entra em contato com o pai e foge para Avalon – a cidade onde magia e tecnologia coexistem harmonicamente. Infelizmente para ela, seus maiores problemas estavam apenas começando.

Avalon está passando por um momento político delicado, o novo cônsul está prestes a ser escolhido e a chegada de Dana pode pender a balança para um dos lados.  Acontece que ela é uma Faeriewalker, filha de um poderoso feérico com uma humana, ela é capaz de transitar entre dois mundos, podendo levar magia ao reino humano e tecnologia as terras de Faerie.

Esse dom faz com que todos queiram algo dela. Grace, sua tia ambiciosa, tem planos de mantê-la sob controle, mesmo que para isso tenha que mantê-la trancada. Os irmãos Ethan e Kimber parecem dispostos a ajudar, mas será que são realmente confiáveis? Em meio a tantos perigos e intrigas, logo Dana começa a sentir saudades de sua antiga vida, e até a existência ao lado da mãe alcoólatra não soa mais tão ruim. 

* * *

Minha maior motivação para começar essa trilogia foi à mitologia abordada. Acho as fadas seres incríveis e sempre quis ler uma obra que se estendesse mais no assunto. Infelizmente não posso dizer que tenha sido uma experiência das melhores.

E com isso não estou dizendo que é mitologia seja ruim. Ela é até legalzinha. Gostei da construção de Avalon, do sistema político e do fato da cidade ser o local de acesso a Faerie – o reino das fadas. Este é divido em duas cortes, Seelie e Unseelie, ambas governadas por rainhas e sempre em guerra uma com a outra. Os feéricos em si não destoam muito dos humanos, exceto pela beleza, juventude eterna e capacidade de usar magia.

 O problema é que, tirando a mitologia, gostei de pouquíssima coisa no livro. Pra começar, a autora não conseguiu criar personagens que me encantassem. Dana passa o livro todo sendo jogada de um lado para outro. É sequestrada, libertada, manipulada, sequestrada de novo... e por aí vai. A moça simplesmente se joga no embalo dos acontecimentos, sem conseguir se impor diante de nada. Interessante que a mocinha, como acontece na maioria dos livros nesse estilo, não é órfã. Mas a presença dos pais só deixou Dana mais acomodada. Dependente do que seria decidido por eles para seu futuro. Gostei da Kimber e de seu milagroso mingau temperado com whisky. Surge também uma insinuação de romance com os rapazes Ethan e Keane, no que provavelmente será mais um triângulo amoroso, mas nesse primeiro volume nada realmente acontece.

A narrativa também não me agradou, achei lenta demais. Sempre que pegava o livro acabava caindo no sono de tanto que as coisas demoravam a acontecer. A edição esteticamente é muito bonita. A capa é de deixar qualquer um babando. Mas infelizmente os constantes erros de digitação tiram parte desse brilhantismo. Algumas vezes encontrei mais de um num único parágrafo e em certo caso até chegou a atrapalhar o entendimento.

Eu teria desistido da trilogia se não fosse às páginas finais. Nelas a autora finalmente imprime um ritmo agradável a sua narrativa e a coisa toma fôlego. No epílogo Dana promete tomar o rumo de sua vida e isso me deixou esperançoso. Então, apesar de ter sofrido para terminar esse, quero ler o volume seguinte e saber se a história irá evoluir. Ainda não recomendo, mas quem sabe num futuro próximo?

Trilogia Faeriewalker

Livro 01 - Glimmerglass: O Encontro de Dois Mundos

Livro 02 - Shadowspell: O Misterioso Reino de Avalon

Livro 02 - Sirensong: O Perigoso Chamado da Rainha