Título Original:Mockingjay
Trilogia: Jogos Vorazes
Gênero: Distopia
Autor: Suzanne Collins
Ano: 2011
Editora: Rocco
Número de páginas: 424
Nota pessoal: 5/5
Gênero: Distopia
Autor: Suzanne Collins
Ano: 2011
Editora: Rocco
Número de páginas: 424
Nota pessoal: 5/5
“-Permaneço
na estrada por puro hábito, mas é uma escolha ruim, porque ela está cheia do
que sobrou daqueles que tentaram fugir. Alguns foram totalmente incinerados.
Outros, porém, provavelmente assolados pela fumaça, escaparam do pior das
chamas e agora encontravam-se nos mais desagradáveis estágios de decomposição,
exalando mau cheiro, com a carne decomposta a espera de abutres e cobertos de
moscas. Eu matei você, penso enquanto
passo por uma pilha. E você, e você.”
Pág. 12
Ás vezes você está
lendo uma resenha e a pessoa diz: se ainda não leu o livro, pule esta parte,
pois contém spoilers. Bem, eu nunca pulo. Simplesmente não consigo! E mesmo me
odiando depois, leio tudinho. Foi dessa forma que descobri alguns dos
acontecimentos do terceiro volume da Trilogia
Jogos Vorazes. Quando de fato comecei A
Esperança,sabia que a Suzanne Collins
tocaria o terror, sacrificaria muitos personagens queridos e que a Katniss
sofreria perdas irreparáveis. E me sentia preparado para encarar tudo isso.
Ledo engano. Nada poderia me preparar para o que estava por vir.
Após o fim da América
do Norte como conhecemos hoje, surge Panem, um país formado por uma
resplandecente e dominadora Capital e treze oprimidos distritos. Até que,
inconformados com a tirania da Capital, os distritos se rebelam. Na batalha, o
13 é aniquilado e os demais subjugados. Como lembrança pelo levante, a Capital
cria Os Jogos Vorazes, um evento onde 24 jovens, 2 de cada distrito, deverão
lutar até restar apenas um único sobrevivente. Na septuagésima quarta edição
dos jogos conhecemos Katniss Everdeen, uma garota do Distrito 12, o mais
empobrecido de Panem, que se oferece como tributo no lugar da irmã, a inocente
e adorável Prim. As chances de Katniss chegar às finais são mínimas, mas ela não
é do tipo que se rende sem luta, e fará tudo ao seu alcance para vencer os
jogos e voltar para casa.
A
partir daqui contém SPOILER para
quem ainda não leu os primeiros volumes da trilogia. Para saber como tudo
começou confira as resenhas de JogosVorazes e Em Chamas.
Katniss Everdeen lutou
e sobreviveu duas vezes aos jogos da Capital. Mas o preço de sua vitória é
devastador. As vidas dos tributos perdidas na Arena, seus amigos sendo punidos
por apoiá-la, o povo dos distritos morrendo por acreditar numa causa que ela
mal consegue entender. E a devastação do 12. Centenas e centenas de corpos se
decompondo, abandonados nas ruas em que ela cresceu. Uma retaliação após seu
ultimo ato de rebeldia durante o Massacre Quaternário.
O massacre no qual ela
foi duplamente usada. Manuseada como uma peça pela Capital que desejava mata-la
e os pelos rebeldes do Distrito 13, que queriam tirá-la da arena e usá-la como
símbolo da rebelião. Eles conseguiram e mais uma vez Katniss pagou o preço.
Peeta ficou na Arena. Seu doce e gentil Peeta. O mesmo que por várias noites
espantou seus pesadelos. O mesmo que faria qualquer coisa para salvar sua vida.
Agora ele está à mercê
da Capital. Talvez até já esteja morto. Enquanto isso Katniss ronda pelo 13 em
busca de locais tranquilos para se esconder. Incapaz de tomar uma decisão. Algo
ainda a incomoda em relação ao rebeldes sob o comando da Presidenta Coin. Eles
querem que ela seja o Tordo. A cara da revolução. Mas ela não tem forças para
lutar. Sua mãe, sua irmã, Gale e a família dele. Todos escaparam com vida do
bombardeio no Distrito 12. Será que vale a pena arriscar o que ainda lhe resta?
Mas tem Peeta. E o povo dos distritos. Sua decisão talvez possa salvá-los.
Libertá-los da tirania da Capital.
E é por eles que Katniss
aceita seu papel como Tordo. Ela deverá ser o rosto, a líder, a voz, o corpo da
revolução. A pessoa que guiará os distritos rumo a vitória. Mas a guerra é mais
cruel que qualquer jogo já imposto pela Capital e quando ela eclode ambos os
lados se confundem.Será que realmente haverá um vencedor?
“Começo a entender muito bem o quanto as pessoas se engajaram para
me proteger. O que significo para os rebeldes. Minha batalha em curso contra a
Capital, que freqüentemente parecia uma jornada solitária, não foi empreendida
sozinha. Eu tinha milhares e milhares de pessoas dos distritos ao meu lado. Eu
era o Tordo delas muito antes de aceitar o papel. Pág. 103
*
* *
Perplexidade.
Essa foi a principal reação estampada em meu rosto durante boa parte dessa
leitura. Conheço alguns autores que não poupam seus personagens. O Alexander
Gordon Smith de Fuga de Furnace e o George R.R. Martin de As Crônicas de Gelo e
Fogo são bons exemplos, mas Suzanne Collins está em outro nível. A dor
infligida a Katniss ultrapassa os limites físicos.
A
Katniss que encontramos em A Esperança nem
de longe é a garota dos livros anteriores. Existe culpa demais em seus ombros,
sua sanidade não é mais a mesma. Nada está igual à antes. Seus ferimentos são
físicos e psicológicos. Morri de dó da personagem em grande parte do livro. A
autora foi cruel. Extremamente cruel. Pela primeira vez, em meio a muita coisa
já lida, desejei a morte de uma protagonista. Foram muitas perdas. Muitas atrocidades.
Mal derramei uma lagrima, não por falta de motivos. Apenas lia e não acreditava
em tanta crueldade. E olha que não me considero um leitor sensível.
E
ainda assim, mesmo em meio a uma nuvem de dor a Katniss encontra forças para se
posicionar na guerra. O amor por Peeta, o desejo de vingança contra Snow e a
expectativa dos distritos são bons combustíveis. Mas dessa vez ela não está
disposta a ser um joguete. Ela resolve ir à batalha, mas em seus próprios
termos. Mas para isso tem que enfrentar o comando rígido da presidenta Coin.
Não simpatizei muito com o Distrito 13. Nutria as mesmas desconfianças que
Katniss em relação a eles, mas há de se convir que sem o apoio deles os
rebeldes mal teriam chance de se manter lutando.
Sobre
a guerra, a autora mais uma vez me surpreendeu. Não são batalhas aleatórias,
mas um jogo muito bem orquestrado, onde ambos os lados tentam minar a força do
adversário. E os recursos usados para isso são muitos. Tudo vale. Para Katniss,
ser o Tordo não significou apenas um símbolo de inspiração. Foi tudo muito bem
ensaiado e televisionado para levantar o moral e manter o povo de pé. Em alguns
momentos Katniss chega a se sentir de volta a Capital.
A
crítica social, constantemente presente nos demais livros, atinge seu ápice
nesse. A autora foi minuciosa ao retratar as conseqüências de uma guerra. Foi
tudo tão vivido que fiquei com uma mega depressão após o término da leitura.
“Francamente, nossos
ancestrais não parecem merecer esse respaldo todo. Enfim, olha o estado em que
nos deixaram, com as guerras e o planeta destroçado. Visivelmente não davam a
mínima para o que poderia vir a acontecer com as pessoas que viveriam depois
deles.” Pág. 96
Esse
não foi um livro que me fez bem. Ainda assim não consigo tirar nem uma única
estrela de sua avaliação. Suzanne Collins criou um desfecho muito bem escrito,
com um enredo mais intrincado do que esperava e realisticamente cruel ao
mostrar os horrores de uma guerra, o quanto se pode perder e que quando se
trata de poder, não existem mocinhos. Discordei de muitas das escolhas da
autora, mas gostei do final e a conclusão do triangulo amoroso me satisfez.
Trilogia Jogos Vorazes:
Livro 01 - Jogos Vorazes
Livro 02 - Em Chamas
Livro 03 - A Esperança
Livro 01 - Jogos Vorazes
Livro 02 - Em Chamas
Livro 03 - A Esperança
Realmente o livro nos deixa com um nó na garganta diante da forma completa com a qual foi construído. Muito realista e cruel! Sou fã da trilogia!
ResponderExcluirBjs, Isabela.
www.universodosleitores.com
Oi Isabela,
ExcluirTambém me tornei fã da trilogia, mas francamente esse livro me deixou perplexo. Tadinho dos personagens.
Abraços!
[COMENTARIO COM SPOILER] Querido, você encontrou a palavra pra descrever esse livro pra mim: perplexidade. A morte do Finn, meu Deus! Tão desnecessária. E eu não consegui chorar! Fiquei perplexa. Só lá no fim quando li do bebê foi que desabei. Aí já não era só pelo meu personagem querido, foi por tudo: o que fizeram com meu bebe (Peeta), a Prim... Nossa, Collins foi realmente cruel. Tive lá meus problemas com o livro e acabei dando só 4 estrelas no skoob, mas não dá pra negar que é genial.
ResponderExcluirOi Mandy,
ExcluirPois é. Nunca vi um autor ser tão maldoso. O livro me deixou numa baita depressão. Mal mesmo. Tive que correr e pegar algo mais leve para desestressar.
Abraços!!!
FINALMENTE! HIHIHIHIHI
ResponderExcluirEsse livro é simplesmente maravilhoso. Não lembro se te disse, mas, depois do que aconteceu com o Peeta, cada vez que eu lia o nome dele eu chorava rios de lágrimas. Suzanne conseguiu deixar meu coração em pedaços, mas achei que foi um livro incrivelmente maravilhoso pra ser o final de uma trilogia. Tudo vai acontecendo e acontecendo e acontecendo e nossinhora! A autora surpreendeu todo mundo, com certeza! <3
http://sendoempapel.blogspot.com.br/
Oi F,
ExcluirPois é querida. Realmente um final maravilhoso. Mas confesso para você que para mim foi angustiante ler. Acontece tanto coisa ruim com os pobres personagens. Tanta gente sacrificada na Guerra contra a Capital que ficou muito deprimido. Mas gostei muito.
Abraços!!!
Adorei a tua resenha, Jeferson, e definitivamente preciso dessa trilogia. Ler tudo de uma vez. Mas com o tanto de livros que tenho pra ler, não vou comprar tão cedo. :/
ResponderExcluirAbraço!
http://constantesevariaveis.blogspot.com.br/
Ei Gabi,
ExcluirAh, não vejo a hora de ver seu post com uma maratona dessa trilogia. Vai ser muito legal. Aguardando ansioso.
Abraços!!!
Tenho vontade de ler essa trilogia, mas pense numa falta de dinheiro kkkkkkk.
ResponderExcluirAcho as capas tão legais rs.
Acho que vou ficar mesmo com os filmes, pois eu adorei.
Sua resenha ficou incrível!
Resenha #124 - Rose na Tempestade.
Confere lá!
Manuscrito de Cabeceira
Bjs.
Oi Lauri,
ExcluirAh, fica de olho nas promoções e compra quando puder. Essa série é bem legal. Ou melhor, imperdível!!!
Abraços!!!
Preciso urgentemente começar a ler a trilogia, pois já assisti aos dois filmes e adorei!
ResponderExcluirO mais legal de Jogos Vorazes é que a distopia tem um fundo de crítica social e acho isso sensacional.
;)
http://livrosyviagens.blogspot.com.br/
Oi Aline,
ExcluirPois é. Esse foi um livro que me trouxe grandes reflexões. Não vejo a hora de começar logo outra distopia.
Abraços!
Oi Jeferson,
ResponderExcluirtudo bem?
(........), estou assim, em choque!!! Sem palavras. Essa definitivamente, foi a melhor resenha que eu já li dessa história. Você não faz ideia de quantas eu já li. E sempre leio todas, mesmo já conhecendo um pouco a história.
Quando vi a sua, pensei ser mais uma, que não daria nenhuma informação nova.
Você me surpreendeu, e me deprimiu também. Estou arrasada, não sabia de nada disso.
Ler essa triologia se tornou imperativo para mim!!!!!!!!
Espero um dia voltar aqui e dizer tudo o que senti.
Beijinhos e parabéns pela sua resenha.
(......)
beijinhos.
Cila- leitora voraz
http://cantinhoparaleitura.blogspot.com.br/
Oi Cila,
ExcluirAh, que bom que minha resenha foi útil para aumentar seu interesse em ler essa trilogia. Fico muito feliz. E sobre é depressão, foi algo constante durante essa leitura. É de arrasar as coisas que acontecem.
Abraços!!!
Concordo que esse desfecho foi muito bem escrito, esse livro tem uma magia que não te deixa parar de ler! Mas é triste demais! rs.
ResponderExcluirParabéns pela resenha, você coloca um monte de detalhes! (:
Adorei o blog, estou seguindo!
depoisdeumlivro.blogspot.com