Novo design é assinado pela Agência Woau! Resenha - Veneno Filmes - X-men - Clube de compras Dallas Resenha - Feita de fumaça e osso
4

[RESENHA] CARRIE, A ESTRANHA - STEPHEN KING



Título Original: Carrie
Autor: Stephen King
Ano:  2013
Gênero: Terror
Editora: Suma de Letras
Número de páginas:  200
Nota pessoal:  4/5

“... de repente veio tudo isso e a massa crítica foi atingida. A sacanagem, a afronta, a maldade últimas, já muito procuradas, foram encontradas. Fissão.
Ela recuou, uivando no novo silêncio, os braços gordos cruzados na frente da cara, um tampão enfiado no meio dos pelos pubianos.
Carrie se encostou na parede de um dos quatro boxes e foi desabando devagar até cair sentada, sacudida por gemidos lentos e convulsivos. Revirava os olhos mostrando o branco marejado, como um porco no matadouro.” Pág. 22

Sou daqueles que quando curte a escrita de um autor sai logo à cata de mais trabalhos seus. É o caso do Stephen King. Ano passado li Sob a Redoma e fiquei impressionado com a capacidade do cara de criar personagens humanos e tramas singulares. Depois disso queria mais e em meio ao seu vasto legado, decidi continuar minha incursão em seus trabalhos por meio de sua primeira obra lançada. Sendo assim, hoje falarei sobre Carie, a Estranha.

A vida nunca foi um mar de rosas para Carrie White. Desde cedo ela precisou conviver com a culpa. Sua mãe, Margareth White, sempre deixou bem claro que a menina era uma pecadora, nascera mulher, fruto de um ato imundo, e por isso deveria rezar e se penitenciar a todo tempo. Em casa só lhe era permitido fazer orações e costurar.

Na escola ela é o bode expiatório da turma. Logo no primeiro dia de aula, quando apareceu com uma bíblia debaixo do braço e roupas largas demais para seu tamanho, virou motivo de piada. As outras meninas sempre adoraram zombar dela. Eram perversas, más, cruéis. 

“Pichação numa carteira da Chamberlain Junior High School: A rosa é vermelha, a violeta é azul, a lesma é lerda, mas Carrie White come merda.” Pág. 31

Carrie queria que elas se dessem mal, todas elas, talvez até mesmo sua mãe. Mas não podia fazer nada... ou talvez pudesse. Ela não deixara de notar as coisas estranhas que sempre aconteciam quando estava nervosa. Pedras voando, lâmpadas explodindo, objetos caindo. E com o passar do tempo esse dom apenas foi ficando mais forte.

Quando sofre uma terrível humilhação, Carrie chega a seu limite. Só que dessa vez não deixará as pessoas que a machucara saírem impunes. Chegara a hora de mostrar que a garotinha estranha e indefesa tem a disposição uma poderosa arma, e enfim acertar contas com todos. Nem que para isso precise espalhar terror e destruição. 

“ – O armário – resmungou. – Vá para seu armário e reze.
- Não.
Mamãe levantou a mão para bater.
- Não!
A mão parou no ar. Mamãe ficou olhando para ela, como se quisesse confirmar que ainda estava ali, e inteira.” Pág. 86

* * *

E não é que o King já começou bem? Como falei na introdução, esse é o segundo livro que leio do autor, a diferença cronológica no lançamento entre eles é de mais de três décadas, por isso me surpreendi ao notar a semelhança no estilo narrativo de ambos. 

Stephen King escreve de uma forma que deixa o leitor sem fôlego e apreensivo. Você sabe que algo terrível está para acontecer, coisas importantes são adiantadas, mas descobrir os detalhes que levam para tal caminho faz toda a diferença. Aqui o autor mescla a narrativa em terceira pessoa com entrevistas e depoimentos, e isso faz de Carrie um livro rico e interessante.

O pano de fundo para toda a história é algo bem conhecido hoje em nossa sociedade, o bullying. Bastante debatido atualmente, é interessante notar que o King foi um dos pioneiros a escrever sobre o assunto e alertar para suas consequências. É agoniante demais acompanhar o que os colegas de escola fazem a Carrie. São vaias, trotes, pichações. Tudo muito cruel e gratuito.

Agora, pior do que o bullying que Carrie sofre na escola, é a opressão causada pelo fanatismo religioso da mãe.  Margareth White é daquelas fanáticas religiosas de dar medo. E nem adianta pensar em sua tia solteirona que vai a igreja todas as noites e culpa o “Inimigo” até mesmo por um objeto fora do lugar. A mulher é doida varrida mesmo! Do tipo que vive se penitenciando, leva uma vida dura, tem a casa repleta de imagens e itens religiosos e é ministra de seus próprios cultos, que tem somente a filha como público. Tudo é pecado, tudo é passível de punição. Me deu agonia. Fica claro o porque de Carrie ser como é.

Com tudo isso é inevitável não torcer para que Carrie se liberte, dê a volta por cima e mude de vida. Mas fica claro desde o começo do livro que algo terrível aconteceu, algo que devastou uma boa parte da cidade de Carrie e ceifou muitos vidas. Infelizmente, quando se trata de King, finais felizes não parecem uma opção.

Enfim, leitura recomendadíssima. Se você tem vontade de ler algo do autor e não sabe por onde começar, aqui está uma boa opção. Um livro curto, bastante interessante e de leitura fácil.

4 comentários:

  1. Coincidentemente ou não, Carrie foi o livro de King que escolhi para começar a me aventurar por suas obras, Jeferson. Ainda não li, mas está na estante me esperando. E ler seus comentários só me deixa mais curiosa. Ótima resenha.

    Abraço!
    http://constantesevariaveis.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir
  2. Oi Jeferson!
    Só li À Espera de um Milagre do autor, que é sensacional. ♥
    Quero ler mais livros dele, incluindo Carrie. Ótima resenha!
    Beijos,

    Priscilla
    http://infinitasvidas.wordpress.com

    ResponderExcluir
  3. Oi Jeferson!
    Tenho muita vontade de ler algo do Stephen e vou seguir o seu conselho e começar por Carrie. Conheço a história dos filmes, mas acho que mesmo assim ler o livro será uma experiência melhor.

    Beijos,
    Epílogos e Finais

    ResponderExcluir
  4. Ahaaa eu quero ler esse livro, com certeza deve ser muito melhor que o livro!
    Bjs, se puder comentar nessa resenha ajudaria muito:
    http://resenhasteen.blogspot.com.br/2015/03/starling.html

    ResponderExcluir

Olá, obrigado pela visita!!!