[ RESENHA ] Como Ser Um Pirata - Cressida Cowell

Título Original: How to Be a Pirate

Série: Como Treinar Seu Dragão
Gênero: Infanto-juvenil
Autor: Cressida Cowell
Ano: 2010
Editora: Intrínseca
Número de páginas: 224
Nota pessoal:  4/5

“-Não era apenas por causa da busca na Ilha da Caveira (embora ele já estivesse tendo pesadelos só de pensar em ser estraçalhado por criaturas feito panteras com dentes que pareciam pedacinhos de vidro). Era a sensação de que algo muito maligno, VENENOSO, estava pairando na Ilha de Berk.

E de que alguma coisa realmente terrível ia acontecer... Logo, logo...”  Pág. 82

Quando terminei o primeiro volume dessa série estava com uma sensação muito boa. Sabia o que esperar dela e que quando precisasse de uma leitura leve e rápida, essa seria uma ótima escolha. E foi com esse intuito que li a segunda aventura de Soluço em Como Ser um Pirata da autora Cressida Cowell. E lógico, não me decepcionei.

Em Como Treinar Seu Dragão conhecemos Soluço Spantosicus Strondus Terceiro, a Grande Esperança e o Herdeiro da Tribo dos Hooligans Cabeludos. Um garoto viking magrelo e medroso que, para ingressar como membro oficial da tribo, precisa capturar e adestrar um dragão. Por ser filho do chefe Stoico, o Imenso, ele deveria colocar as mãos em uma fera realmente impressionante. Mas tudo que consegue é um dragão pequeno, teimoso e ainda por cima banguela, que se recusa a obedecer qualquer ordem dada.

Após contar com a ajuda de Banguela para salvar a Tribo dos Hooligans de uma grande enrascada, Soluço passou a ser visto por todos de outro modo. De Inútil, ele agora é Soluço, o Útil. Mas sua jornada está apenas começando. O próximo passo para se tornar um grande herói é participar do Programa de Treinamento de Piratas na Ilha de Berk, onde ele terá que desenvolver habilidades como luta de espadas em alto-mar, roubo básico e descortesia avançada. Não que ele tenha aptidão para qualquer uma dessas coisas.

Mas tudo fica realmente perigoso com a inusitada chegada de Alvin, o Fazendeiro Pobre e Honesto. Não que em um primeiro momento ele represente uma ameaça, mas algo nele faz os dragões se eriçarem e sua sugestão para caçar um tesouro há muito perdido, de um dos mais terríveis piratas que já existiu, em uma ilha habitada por uma espécie especialmente aterrorizante e mortífera de dragão, não parece nada convidativa.

E, apesar dos apelos de Soluço, Banguela e Perna-de-Peixe, os vikings são vencidos pela ambição e partem empolgados para a Ilha da Caveira em busca do tesouro perdido. Agora Soluço precisará mais uma vez usar toda sua inteligência para sobreviver a essa empreitada suicida.

 “-Banguela não Q-Q-Quer ir na Busca... – ele se queixava.- Isso é e-e-estupido, b-b-bobo, p-p-perigoso...

Soluço concordava totalmente, mas disse apenas:

- Vai dar tudo certo. VOCÊ tem asas. Se um Caveira atacar, é só voar para longe.

- É, mas B-B-Banguela não gosta de ver s-s-sangue...- lamuriou-se o pequeno dragão. – Vão despedaçar você e Banguela vai v-v-vomitar.

-Todos nós temos os próprios problemas – respondeu Soluço, rispidamente.” Pág.95

* * *

Na ultima resenha contei para vocês da nuvem negra que ficou pairando sobre mim após a leitura de A Esperança. Sério. Fiquei mal, deprimido e totalmente chocado com a forma como a história foi conduzida. E o que isso tem a ver com a resenha de hoje? Bem, Como Ser um Pirata foi o livro escolhido para me tirar dessa maré sinistra. E deu certo. Super certo.

Em sua segunda aventura, encontramos um Soluço mais confiante em suas habilidades, e nem por isso mais habilidoso. É divertido ir acompanhando como o garoto vai se tornando uma lenda, principalmente levando em consideração que pouco disso tem a ver com força física. A grande sacada é a inteligência do protagonista. Ele sempre tem as melhores ideias nos momentos mais críticos. Não que ele não seja corajoso. Mas entre correr e enfrentar um perigo. A primeira opção é sempre mais viável.

E Banguela não fica atrás. O dragão mais querido da literatura continua teimoso, manhoso e mal humorado. E isso garante uma parte muito significativa da diversão. Como sempre dei muitas gargalhadas em cada aparição dele. A relação com Soluço também se intensifica, e de um jeito único, ele está sempre lá para ajudar seu dono. Lindo.

E mais uma vez a autora encerra a história deixando uma mensagem bem legal. Provando que sob os nomes esquisitos dos personagens e das piadas engraçadas existe algo mais profundo, mas nada clichê ou estilo autoajuda. Terminei a leitura com o auto astral renovado.  Se ainda não conhecem, por favor, não percam mais tempo. Leiam! 

Série Como Treinar Seu Dragão:

Livro 01 - Como Treinar o Seu Dragão
Livro 02 - Como Ser Um Pirata
Livro 03 - Como Falar Dragonês

Livro 04 - Como Quebrar a Maldição de Um Dragão

Livro 05 - Como Mudar Uma História de Dragão

Livro 06 - Guia do Herói Para Vencer Dragões Mortais

Livro 07 - Como Navegar em uma Tempestade de Dragão

Livro 08 - Como Partir o Coração de um Dragão

Livro 09 - Como Roubar a Espada de um Dragão

Livro 10 - Como Pegar a Joia do Dragão

Livro 11 - How to Betray a Dragon's Hero (Ainda não lançado no Brasil)

Interligados:

* Como Treinar seu Viking (Por Banguela, o Dragão)

* The Day of The Dreader (Ainda não lançado no Brasil)