Título Original: The Ocean at the End of the Lane
Gênero: Fantasia
Autor: Neil Gaiman
Ano: 2013
Editora: Intrínseca
Número de páginas: 208
Nota pessoal: 4/5
Gênero: Fantasia
Autor: Neil Gaiman
Ano: 2013
Editora: Intrínseca
Número de páginas: 208
Nota pessoal: 4/5
“Tudo
me voltava à memória, mas, mesmo enquanto lembrava, eu sabia que não seria por
muito tempo: eu me lembrava de todas as coisas ali, sentado no banco verde ao
lado do laguinho que Lettie Hempstock um dia me convenceu ser um oceano.” Pág.
21
Meu primeiro contato
com a obra do Neil Gaiman aconteceu
quando conheci a série de HQ Sandman, provavelmente seu trabalho mais famoso.
Desde então fiquei encantado com o autor, suas sacadas inteligentes e seu
estilo sombrio. Mas, uma má escolha me fez dar um tempo de seus livros, até que
a Intrínseca anunciou o lançamento
de O Oceano no Fim do Caminho, e
decidi fazer uma nova tentativa. Hoje conto á vocês o resultado de minha mais
recente incursão na obra do autor.
Tudo ocorreu há décadas. Raramente ele se lembrava daqueles sombrios acontecimentos, e o tempo apenas ajudava a apagar. Agora, tudo não passava de lembranças escassas, detalhes obscurecidos. Mas voltar a Sussex, tantos anos depois, o obrigava a recordar. Lembranças de uma infância solitária, repleta de acontecimentos perturbadores. Lembranças que provavelmente deveriam permanecer esquecidas.
Tudo ocorreu há décadas. Raramente ele se lembrava daqueles sombrios acontecimentos, e o tempo apenas ajudava a apagar. Agora, tudo não passava de lembranças escassas, detalhes obscurecidos. Mas voltar a Sussex, tantos anos depois, o obrigava a recordar. Lembranças de uma infância solitária, repleta de acontecimentos perturbadores. Lembranças que provavelmente deveriam permanecer esquecidas.
Ele tinha sete anos
quando a coisa toda aconteceu. Morava em uma casa grande, com vários cômodos.
Eram tempos difíceis e o dinheiro estava cada vez mais escasso. Um dia seus
pais o chamaram, falaram que sacrifícios precisavam ser feitos, e foi assim que
ele teve que abri mão de seu quarto no alto da escada, para que eles pudessem
aluga-lo.
Vieram os primeiros
hóspedes. Ele não gostou de nenhum deles, estavam em seu quarto, ocupando seu
espaço. Mas assim como vieram, eles se foram, sem deixar marcas. Todos eles,
exceto um: O minerador de opalas.
Mas também a estadia do
minerador não seria eterna. E seu fim se deu numa manhã de sábado. Primeiro ele
notou que o Mini Branco de seu pai não estava na entrada de carros. Pouco tempo
depois o achou parado numa estradinha no fim do caminho, em frente à Fazenda
Hempstock. No banco traseiro, coberto por uma manta azul, jazia o corpo do minerador
de opalas.
Naquele dia uma vida foi perdida. Mas o menino
ganhou algo. Enquanto o pai respondia as pergunta da polícia ele foi escoltado
até a fazenda Hempstock. Lá encontrou um lugar especial, fez uma amiga. Lettie
era estranha, assim como sua avó e sua mãe, as incomuns senhoras Hempstock.
Ainda assim ele gostava dela, de seu modo confiante, da forma como ela afirmava
que o laguinho dos fundos era um oceano. Imaginem só, um oceano na fazenda que
ficava no fim do caminho... O Oceano no fim do caminho.
Mas a morte do
minerador desperta coisas há muito adormecidas. Algo começa a criar problemas.
As pessoas ganham dinheiro do nada, nos sonhos e na vida real, mas não da forma
que desejavam. Não de uma forma boa ou positiva.
Lettie percebe que
existe algo errado. Mas nada com o que nunca tenha lidado. O menino deseja
ajudá-la e ela permite. Para isso existe apenas uma condição: ele não deve
soltar sua mão. Em momento algum, em hipótese nenhuma. Eles partem em busca da
criatura e a encontram. Algo grande, velho e mal. Lettie age, mas num breve
instante suas mãos se separam. Foi rápido, momentâneo, nenhum mal poderia advir
disso. A criatura fora derrotada. Tudo acabara bem. Ou será que não?
“- Esse é o problema com as coisas vivas. Não duram muito. Gatinhos
num dia, gatos velhos no outro. E depois ficam só as lembranças. E as
lembranças desvanecem e se confundem, viram borrões...” Pág. 58
*
* *
O estilo do Neil Gaiman
é completamente diferente de qualquer coisa que eu já tenha lido. O autor
escolhe caminhos pouco convencionais e assim constrói sua narrativa. É uma
mistura de fantasia com elementos reais, tudo isso somado a algo mais sombrio,
melancólico.
Nas primeiras páginas
tive a impressão que o autor percorreria um caminho mais autobiográfico,
centrado mesmo em suas memórias de infância. Nada de extraordinário acontece.
Temos apenas um protagonista sem nome, solitário, triste e que está sempre em
busca de refúgio em seus livros. Até aí algo típico. Mas enfim a fantasia é
inserida na narrativa e tudo ganha um sentido novo.
Isso acontece quando
entram em cena as misteriosas Hempstock. Três mulheres. Avó, mãe e filha. Diferentes,
curiosas e envoltas em mistério, logo percebemos que existe muito por trás das atitudes
daquelas figuras. E nesse ponto eu queria falar mais sobre essas mulheres,
contar muita coisa sobre elas, mas é impossível. As Hempstocks são muito incompreensíveis,
surpreendentemente enigmáticas. Mesmo após ter virado a ultima página ainda não
sabia ao certo como classificá-las. Humanas? Não, elas são sábias demais,
poderosas demais, já viveram demais. Deusas? Talvez, mas ainda sinto que estou
aquém.
E esse é um ponto
completamente positivo para o autor. Ele foi capaz de criar uma mitologia
completamente nova, diferente de tudo que já foi usado. A Fazenda Hempstock é
um mundo a parte. Lá acontecem coisas inimagináveis. Fantásticas. Mas nada que
fuja ao controle das três mulheres. Seres sinistros se arrastam, emanam medo.
Por momentos me senti como o garotinho da história. Refém, indefeso diante da
maldade da criatura que desperta após a morte do minerador de opalas.
Se fosse para reclamar
de algo, apontaria apenas a abordagem mitológica. Ela é única, e, desculpem a
palavra, foda. Aquelas três mulheres me deixaram muito curioso, tanto que
queria saber mais. Quem são elas, de onde vieram, como sabem tanto, o que
significam aqueles dons? E isso não acontece. Achei que o autor poderia ter
explorado melhor esse ponto, tirado os leitores um pouco do escuro. No entanto,
ele deixa algo bem claro ao concluir a história, logo no começo dos agradecimentos:
“Este livro é o que você acabou de ler. Fim.” Tem como questionar mais alguma
coisa? L
Ficava imaginando o porquê
do titulo. Mas após ler sei que a escolha do autor casa muito bem com a obra.
Fica a dica. O Oceano no Fim do Caminho
é um livro maravilhoso, perturbador, fantástico e original. Após começar é impossível
parar de ler e não se encantar com o talento demonstrado pelo Gaiman.
Quero muito ler esse livro! Ainda mais depois dessa resenha tão instigante. :) Ainda não li nada do Gaiman, mas estou com O Mistério da Estrela aqui e pretendo ler logo. ^^
ResponderExcluirAbraço!
http://constantesevariaveis.blogspot.com.br/
Oi Gabi,
ExcluirQue bom que gostou da resenha :-) Ah, leia logo O Mistério da Estrela, quero muito saber sua opinião. Talvez coloque ele entre os próximos do autor que vou ler.
Abraços!
Adorei a resenha. Está na minha lista de leitura, entre as prioridades...
ResponderExcluirBjs, Isabela.
www.universodosleitores.com
Olá Isabela,
ExcluirObrigado, bom que gostou :-)
Abraços!!!
Ei Jeferson
ResponderExcluirPreciso ler algo do autor, mas não sei por qual começar. As vezes eu vejo tanta resenha de um livro dele que eu desanimo de ler acredita? parece q enjoo antes de ler hahaha.
Não acredito que não li nada dele ainda, todo mundo fala tão bem.
Sua resenha me deixou curiosa, será que começo por este? rsrs
abs
Oi Nanda,
ExcluirTambém não li muita coisa do autor, mas acredito que esse seria um ótimo começo. Achei o livro bem legal e misterioso.
Abraços!!!
Oi querido!
ResponderExcluirAdorei sua resenha, e sempre que leio uma desse livro eu me pergunto porque ainda nao li. Mas o problema é que eu me decepcionei com o autor, aí dá uma "birra" sabe?
Um beijo
http://escolhasliterarias.blogspot.com.br/
Oi Mandy,
ExcluirSei bem como é isso. Qual livro do autor te decepcionou?
Abraços!!!
Oi, Jeferson. Tudo bem?
ResponderExcluirAcredito que "O Oceano no Fim do Caminho" foi uma das melhores obras que li neste ano. É fantástico. Simplesmente me apaixonei pela escrita de Gaiman, o cara é demais!
Concordo com você ao se referir das mulheres Hempstock, fiquei querendo saber mais sobre elas e, no fim, só ficou um ar sombrio e duvidoso, rs.
Beijos.
http://umajovemleitora.blogspot.com
Oi Bruna,
ExcluirEu comprovei a genialidade do Gaiman ao ler Sandman, e concordo contigo. O cara é mesmo muito genial. E depois de OONFDC sempre vou tentar encaixar mais algo dele nas próximas leituras. As Hempstock são mesmo fodonas, queria mais delas.
Abraços!!!
Eu sempre tive certa curiosidade a respeito desse livro só de ver a capa, mas não sabia realmente do que se tratava. Sua resenha é a primeira que leio a respeito, e adorei! O livro parece ser realmente bom, fiquei interessada na leitura.
ResponderExcluirObrigada pelo carinho. Beijos :*
Claris - Plasticodelic
Oi Claris,
ExcluirQue bom saber que te ajudei a conhecer o livro, cumpre parte do meu objetivo ao publicar uma resenha. Espero que leia e goste tanto quanto eu.
Abraços!!!
Eu fico bem em cima do muro quando se trata desse livro. Não acho que eu vá gostar muito, mas tenho vontade de arriscar. Ótima resenha!
ResponderExcluirBeijos,
biblioteca-de-resenhas.blogspot.com.br
Oi Mariana,
ExcluirAcho os livros do Gaiman bem legais. Arrisca, quem sabe não se torne um de seus favoritos né?
Abraços!
Muitas opiniões me dividiram se leria o livro ou não.
ResponderExcluirUns dizem que a estória é muito chata e outros ao contrário rs.
Acho a capa super linda e gostei da sua opinião sobre o livro, pois acho que vou dar um chance.
Vai que eu gosto não é? rs.
Resenha #121 - Simplesmente Ana - Marina Carvalho.
Confere lá!
Manuscrito de Cabeceira
Bjs.
Oi Lauri,
ExcluirDá uma chance sim. Eu achei o livro muito legal. Torço para que você leia e goste.
Abraços!!!
Olá!!
ResponderExcluirEssa não é a primeira resenha positiva que vejo do livro, e uma delas foi escrita em meu blog por um colaborador.
Eu já tive contato com a literatura de Gaiman e para a surpresa, eu não curti. Não sei, talvez eu seja algum ser estranho que não gosta da literatura do autor.
E estou pensando seriamente em dar uma outra chance. Quem sabe o título que eu li foi somente um dos não melhores do autor? A propósito, foi Deuses Americanos meu primeiro contato..
Ótima resenha. Ela me instigou a considerar em adicionar o livro na minha lista de desejados.
Até mais
Oi Natália,
ExcluirMuita gente fala bastante bem de Deuses Americanos. Ainda não li mas tenho muita curiosidade. Esse aí é bem legal, dá uma chance sim, quem sabe você não gosta.
Abraços!
Oi Jeferson,
ResponderExcluirtudo bem?
Ufa! Já posso respirar? Sua resenha foi super intensa, que história é essa? Adorei!! Já tenho esse livro na lista de futuras comprar, só leio elogios sobre ele.
Agora,então, depois de suas palavras, tenho que ler.
Beijinhos.
Cila- leitora Voraz
http://cantinhoparaleitura.blogspot.com.br/
Eu estava meio com o pé atrás com esse livro, um conhecido abandonou a leitura. Ao mesmo tempo fiquei curiosa. Adorei sua resenha, foi bem esclarecedora e creio que gostaria de ler o livro, apesar de ter tantos para ler que acho que nem quando for uma idosa terei lido tudo. Enfim, parabéns pela resenha.
ResponderExcluirBeijos
Eu comecei a ler esse livro hoje de manhã! Li só o primeiro capítulo porque eu tô meio que sem tempo, mas estou ansiosa para continuar a leitura. Até agora só vi elogios ao livro, então eu espero que ele corresponda às minhas expectativas. :)
ResponderExcluirhttp://sendoempapel.blogspot.com.br/
Oi, você leu os outros livros dele em pdf?
ResponderExcluirNão consigo acha-los :/
Parabéns pela resenha;
ResponderExcluirAcho que uma das coisas que mais me deixou pensativo no fim da leitura, é se tudo aquilo realmente aconteceu, ou era apenas uma maneira fantasiosa de se contar a história, com peças pregadas pelas memórias de infância do protagonista.
..Fiquei ben instigado a ler o livro!! Ótima resenha!! ^^
ResponderExcluirGostaram tanto da sua resenha que plagiaram
ResponderExcluirhttp://garotaliteratura.blogspot.com.br/2013/12/teste_6.html