Gênero: Romance
Autor: John Green
Ano: 2013
Editora: Intrínseca
Número de páginas: 368
Nota pessoal: 5/5
Depois de ler A Culpa é
das Estrelas e me encantar com a narrativa do John Green, decidi que leria todos os demais livros do autor. Por
isso, quando soube que a Intrínseca estaria lançando mais um trabalho dele por
aqui, não consegui me acalmar até tê-lo em mãos. Hoje falarei sobre Cidades de Papel, e de como a busca de
Quentin pelo paradeiro de Margo Roth Spiegelman se mostrou uma das histórias
mais inspiradoras que tive o prazer de ler.
Quentin
Jacobsen acreditava que todo mundo tem seu milagre. Certamente
ele nunca seria atingido por um raio, nem ganharia um prêmio Nobel, nem viraria
ditador de uma pequena ilha no Pacífico, nem teria um câncer terminal no
ouvido, nem sofreria combustão espontânea. Mesmo assim ao menos um evento
improvável teria de acontecer a ele. E aconteceu. Não foi pisar em Marte, casar
com a rainha da Inglaterra ou assistir uma chuva de sapos. Seu milagre
particular era ser vizinho de Margo Roth
Spiegelman.
Eles tinham apenas dois
anos quando seus pais se mudaram para as primeiras casas construídas no
Jefferson Park, um bairro planejado num terreno que antes fora uma base da
Marinha. Vivendo em casas vizinhas, logo seus pais se tornaram amigos e aos
noves anos, Quentin e Margo brincavam juntos de vez em quando.Foi em uma dessas
ocasiões que eles encontraram um cara morto. Margo queria saber mais sobre o
que acontecera, Quentin apenas correr e buscar ajuda. Naquele dia as coisas se
definiram, fios sensíveis arrebentaram e eles se distanciaram...
O tempo passou. Quentin
levava uma vida tranquila, tinha uma ex-namorada, um grande amigo:Ben Starling e uma paixão platônica, ninguém
menos que Margo. Ela se tornara uma garota linda, gostosa e sorridente. Um
verdadeiro mistério. Suas histórias de aventuras épicas se espalhavam pela
escola. Aprendera a tocar violão com um velho que morava num casebre em Hot
Coffee. Passara três dias viajando com o Circo, pois eles achavam que ela tinha
potencial para o trapézio. Bebeu uma caneca de chá no camarim do Mallionaires
depois de um show em Saint Louis, após dobrar o segurança dizendo que era
namorada do baixista da banda, para em seguida dar um fora no próprio baixista.
Margo Roth Spiegelman era uma lenda.
Apesar de seus grandes
feitos, Quentin não sabia mais muita coisa sobre Margo. Aliás, ele mal a
conhecia. Ela namorava o Jase, que era seu primeiro e único namorado sério. Os
dois iriam para a Universidade da Flórida no ano seguinte. Ela nunca agia como
segostasse muito dele. Aliás, ela nunca agia como se gostasse muito de ninguém.
Enquanto isso, ele se divertia com Bem e Radar,
seu segundo melhor amigo.
Mas as coisas estavam
para mudar. Era um cinco de Maio, e poderia ser um dia como qualquer outro, e
havia sido. Até pouco antes da meia noite, quando Margo abriu a janela sem tela
do quarto de Quentin, vestida com um moletom com capuz e com o rosto pintado de
preto. Ela o convida para uma aventura, havia onzes coisas que precisava fazer.
Nenhum delito grave, claro: “apenas arrombamento e invasão de domicilio”, e
para isso necessitava de um carro e um piloto de fuga. Quentin hesita, mas no
final acaba topando.
“- Hoje, meu bem, vamos acertar um monte de coisas que estão
erradas. E vamos estragar algumas que estão certas. Os últimos serão os
primeiros; e os primeiros serão os últimos; os mansos herdarão a terra. Mas,
antes de redefinir completamente o mundo, precisamos fazer compras.” Pág. 38
Naquela noite ele
vislumbra um pouco mais da Margo por quem sempre foi apaixonado. Quem sabe a
partir desse momento não possam voltar a serem amigos, ou melhor, quem sabe não
possam ser “algo mais”. Bem, ele descobriria em breve. O problema é que Margo
não apareceu na escola no dia seguinte, nem no posterior. Ela simplesmente
desapareceu. Sumiu do mapa.
Mas não sem antes
deixar pistas para Quentin. Alguns vestígios. E logo ele começa a buscá-la.
Encontrar Margo se torna uma grande necessidade. E quanto mais ele se aproxima
de seu paradeiro, mais se surpreende com a quantidade de coisas que desconhecia
sobre ela. Havia muitas Margos, mas somente uma era verdadeira. E Para encontrá-la,
ele precisará percorrer as... Cidades de Papel.
“Talvez Margo se sentisse a vontade ali porque a pessoa Margo
vivesse daquele jeito o tempo todo: em um cômodo abandonado com janelas
lacradas e cuja única fonte de luz era um buraco no teto. Sim. O erro
fundamental que sempre cometi – e ao qual, sejamos justos, ela sempre me
conduziu – era este: Margo não era um milagre. Não era uma aventura. Nem uma
coisa sofisticada e preciosa. Ela era uma garota.” Pág. 228
*
* *
Engraçado como esse
livro brincou com minhas emoções. Num primeiro momento achei que essa seria uma
história levinha e divertida, mas logo a narrativa muda drasticamente e toma um
rumo mais tenso, em algumas partes até mesmo angustiante. Estranhei a mudança
abrupta a princípio, mas logo me adaptei. E não poderia ser diferente. John
Green escreve divinamente bem, e antes que perceba, o leitor é fisgado por seus
personagens incríveis e suas sacadas surpreendentes.
Acompanhamos a história
sob o ponto de vista do Quentin. Seus pais são psicólogos, então ele se moldou
para ser um garoto centrado. Sua vida é tranqüila, coisa que ele adora, afinal,
nada melhor que uma rotina bem organizada. Margo é o oposto. Uma menina
aventureira, destemida e mimada, que não mede esforços para conseguir o que
deseja. Nas primeiras páginas, quando a garota é apresentada, logo ela rouba a
cena. Quentin fica apenas nos bastidores, ao dispor dela. Então ela desaparece,
bem na última semana de aula do ensino médio. Todos estão preocupados com
coisas como baile e colação de grau. Mas Quentin não consegue focar em nada
disso. Sua obsessão passa a ser Margo. E conforme ele busca por ela,
descobrimos mais sobre a menina. Faces que ela não mostrava para ninguém.
Margo me deixou confuso
em muitos momentos. A principio amei a personagem, mas quando ela desaparece,
passei a vê-la como alguém egoísta, que some do mapa em um momento único na
vida de seus amigos. Desviando a atenção deles em direção a ela. Mas fui
precipitado. Existe muito mais de Margo do que se consegue enxergar a
principio.
Como vocês já devem ter
percebido, o foco do livro é a enigmática figura de Margo. Até mesmo o
protagonista Quentin fica meio nos bastidores. Então já é de se esperar que os
demais personagens não sejam muito aprofundados. Mesmo assim consegui gostar
deles. Esse é outro talento do Green; seus personagens são verdadeiros,
palpáveis, criveis, verossímeis. Eu consigo entendê-los, me identificar, sorrir
e ficar triste com eles. Os dramas que sofrem são comuns a todos, coisas pelas
quais eu ou você já passamos, ou ainda vamos passar.
Eu perdi as contas de
quantas vezes fechei e livro e fiquei parado, olhando para o teto, apenas
refletindo sobre o que havia acabado de ler. Green fala de movimento. De parar
e escutar as coisas ao seu redor. De como isso te expõe e como isso te afeta.
No fim, enquanto buscava por Margo e descontruía pouco a pouco a imagem que
fazia dela, Quentin descobria a si próprio e construía uma imagem mais
condizente consigo.
Até que eu me vi
protelando o livro. Eu não queria que terminasse. Não queria saber o paradeiro
de Margo. Apenas queria mais páginas. Queria recordar mais do garoto que eu já
fora, das vezes que já fui embora e de como isso foi doloroso, mas empolgante.
Desculpem pela resenha
imensa e pelas divagações sem sentido. O problema é que mesmo após ter escrito
tudo isso acho que ainda não consigo fazer jus a genialidade desse livro. Apesar
da narrativa um pouco arrastada em alguns momentos, não posso deixar de dar nota
máxima. Green conseguiu me levar de volta ao passado, me fez recordar coisas
que há muito não lembrava. Obrigado Cidades
de Papel, Obrigado John Green. Nesse momento tenho um sorrisinho bobo no
rosto e só posso dizer, leiam. E enquanto buscam por Margo, descubram mais
sobre si próprios.
Estou louca para ler esse livro, parece super fofo!
ResponderExcluirJohn Green é sensacional...
Bjs, Isabela.
www.universodosleitores.com
Oi Bela,
ExcluirEle é realmente sensacional!
Abraços!
MORRO de vontade de ler algo de John Green! E leio tantos elogios a Cidades de Papel que penso em começar por ele mesmo. Essa sua resenha então, me fez desejar ter o livro agora. :B
ResponderExcluirAbraço!
http://constantesevariaveis.blogspot.com.br/
Oi Gabi,
ExcluirSim! Comece por ele. É um ótimo livro. Você não vai se arrepender.
Abraços!
Amei, amei sua resenha. Acho que isso de ler ACEDE e querer todos de Green é regra e não exceção, aconteceu o mesmo comigo e com vários amigos. Eu tô quase atingindo a minha meta, só falta justamente qual? Siiiim, Cidades de papel! huahauah amei a resenha, me deu vontade de largar a leitura do momento e pegar este, só nao faço isso porque o que estou lendo é maravilhoso! Mas é o proximo, espero amar tambem!
ResponderExcluirUm beijo
http://escolhasliterarias.blogspot.com.br/
Oi Mandy,
ExcluirAh, sua linda, que bom que gostou da resenha :-) Parabéns por atingir sua meta. Espero ter sorte com a minha esse mês também. E o melhor de tudo é que você vai fechar com chave de ouro.
Abraço!
Falam super bem desse livro
ResponderExcluirJá ate coloquei na lista e sua resenha ficou muito boa
Beijos
@pocketlibro
http://pocketlibro.blogspot.com
Obrigado Angela, leia quando puder. Ele é ótimo!
ExcluirAbraços!
Ei Jeferson
ResponderExcluirEu também gostei das experiências que já tive com o autor e estou curiosa para ler este. Mas já li tanta resenha que até fico com preguiça, parece que já sei tudo do livro haha. Acho que vou deixar passar um pouco este período de todo mundo resenhando ele rs.
abs
Oi Nanda,
ExcluirAh, eu sei bem como é isso. Depois de muitas resenhas o livro fica muito familiar mesmo. Mas leia, sei que você vai amar.
Abraços!
Oi! Os livros do John mexem muito conosco, acredito eu... Não tem como não se emocionar e entrar mesmo de cabeça na história.
ResponderExcluirBeijos
http://estantedasfadas.blogspot.com.br/
Verdade, são perfeitos!!!
ExcluirAbraços!
Olá.
ResponderExcluirEsse livro já está na minha listinha literaria,mais ainda não tive oportunidade. E sua resenha fez com que eu fique assim; "TENHO QUE LER ELE AGORA" kkkk muito boa a resenha.
Um beijo, Ariane
www.diariodostreze.blogspot.com
Oi comprei esse livro!
ResponderExcluirVou lê-lo em breve!
Adorei a resenha!
Bjs, me segue por favor se ja segue ignore!E comenta por favor nesta resenha ajudaria muito.
http://resenhasteen.blogspot.com.br/2013/10/a-filha-da-minha-mae-e-eu.html
Falta este livro e Quem é Você, Alasca? do John para eu ler. Estou ansioso!
ResponderExcluirAh, e meu blog está comemorando dois anos de existência, e está rolando uma super promoção valendo 4 incríveis livros! Passa lá depois quando tiver tempo para participar. :)
Abraço,
Vinícius - Livros e Rabiscos
Ownnt gente que resenha linda e empolgada *-*
ResponderExcluirEu estava numa de leio ou não leio esse livro faz tempo!
Fiquei super satisfeita de ver uma resenha tão positiva. Acho que vou solicitar ele no mês que vem \o/
(desconstruindoaspalavras.blogspot.com.br)
Aiii, agora mesmo que vou exigir o livro emprestado da minha irmã. Adorei!!!
ResponderExcluirParabéns pela resenha, só me instigou ainda mais a ler.
Beijos
Gostei da resenha e quero muito ler esse livro.
ResponderExcluirAdorei o blog, seguindo, retribui?
http://infinitoparticulardoslivros.blogspot.com.br/
Oi Jeferson,
ResponderExcluirtudo bem?
Não lembro quantas resenhas suas já li, mas essa me deixou sem fôlego pela tensão da história e pelos sentimentos que a mesma despertou em você!!! Você está de parabéns, muito bem escrita, gostei mesmo.
Eu nado contra a corrente, todo mundo fala da Culpa é das Estrelas, mas eu não vou ler!!! Vou explicar: eu já conheço história, irei sofrer muito se resolver lê-la, não quero sofrer, portanto, decidi que não leio!!!
Mas Cidade de Papel também está parecendo ser bem intensa, me conta Jeferson, é triste? o fim é arrasador?
beijos.
Cila- Leitora Voraz
http://cantinhoparaleitura.blogspot.com.br/
Oi Jeferson!
ResponderExcluirEsse é um dos livros que ainda não li e quero muuuuito ler, desde que li A culpa é das estrelas! E depois de ler sua resenha, quero ainda mais ler!! haha Ficou muito boa, e a história parece bem interessante.
Ola Jeferson
ResponderExcluirEu nunca tive a oportunidade de ler esse livro, mas espero um dia ler.
O único livro do John Green que ja li foi A Culpa é das Estrelas, desde então venho querendo ler todos os livros dele.
Adorei sua resenha, ela aumentou minha vontade de ler esse livro. rsrs
Forte abraço :)
Ainda não li nada de John Green, então nem preciso dizer o quanto fico ansiosa né?! rs
ResponderExcluirCoisas de leitor.
Já estou louca pra conhecer esses personagens.
Infelizmente são livros curtinhos..nos apegamos e depois sofremos, por isso, protelamos..entendo-lhe.
HAHA Beijosss
Hey Jeferson!
ResponderExcluirAmei a resenha,gostei ainda mais que ficou do jeitinho que eu visualizei a historia quando eu li o livro!
Parabéns! Abraços !
Great
ResponderExcluirEsse livro é realmente maravilhoso, e a resenha ótima, parabéns!
ResponderExcluirQuero muito ler esse livro!
ResponderExcluirThais Rocha 17/12/2014
ResponderExcluirMeu Deus, fiquei com mais vontade de ler o livro *o*
Comentei na resenha de ACDE que não li o livro porque me senti atraída pela história, mas sim pela curiosidade, Cidades de Papel foi os dois. A premissa me chamou muito atenção e sem ao menos abrir o livro, me vi envolvida pelo enredo e extremamente curiosa. Dizem que é uma das melhores obras do Green e, sinceramente, não duvido que seja. Só espero que não aconteça o mesmo com ACDE, porque estou colocando expectativas muito grandes nesse. Espero conseguir ler antes do filme estreiar. Aliás, lendo as resenhas e lembrando da escalação dos atores, parece que acertaram nas escolhas.
ResponderExcluirhttp://umadosemaisforte.blogspot.com.br/
Essa resenha só faz despertar mais ainda a curiosidade de quem já queria ler o livro. Mto show
ResponderExcluirQuero muito ler esse livro, e sua resenha me fez ter mais vontade, haha :3
ResponderExcluirParabens!